sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sopro


Há um sopro que nos nutre, que nos permite a existência
Um hálito que leva nossa jangada em diligência
Nesse sopro, está meu sopro, minha voz, minha essência

… Inconsciente, ou consciente o respiro

Mas a cada noite, odeio o sopro do negro, do escuro
Se durmo …
 Não vejo, não cheiro, não sinto, nem me aventuro

… Só existo, porque suspiro

Odeio essa escuridão que esconde todas as coisas
Odeio os habitantes sem rosto, frios e duros como loisas
Lá longe o piar do mocho e a voz aguda da coruja
Fazem com que a negrura fuja…

Aí, eu amo cada aurora que se anuncia
Eu sinto o espanto, a força, beleza e alegria
Aqui sou feliz, mas de tão feliz, também sofro!

Porque…embrenho em perguntas e respostas …
Neste mundo de linhas tortas
 Neste bafo, que também sopro!

                                                                        maria guida

2 comentários:

  1. É verdade! Ou parece ter lógica!
    Um sopro que nos pôs neste mundo, um sopro que nos empurra para caminhar-mos nele e um sopro que ao faltar nos faz sair dele.
    Mas quem tem tanto fôlego para soprar assim? Esta incógnita será para a eternidade!
    Continua com esse enorme fôlego que pões em tudo o que fazes , do cavaquinho à poesia!

    ResponderEliminar
  2. E ISSO MESMO LINDA...
    A VIDA E UMA MANTA QUE SE BORDA DIA A DIA COM FIOS DE MUITAS CORES,UNS PESADOS E ESCUROS,OUTROS FINOS E LUMINOSOS.
    TODOS OS FIOS SAO NESSESARIOS
    TAL COMO OS TEUS POEMAS.

    BJAO

    ResponderEliminar

É um prazer, receber o seu comentário.
Obrigada pelo contributo.
maria guida