Mãe,
Como
estavas linda! Mas sofrida!
No
dia dezoito, naquele hospital
Naquela
maca, naquele espaço amoral
Por
quê, esperaste seis horas, para seres
atendida?..!!!
Dos meus
alertas aos médicos
Sempre
a mesma resposta:
_ Havia
iguais idades, iguais situações
...Calma,
muita calma, poucas atenções
Cada
hora, a mais comprida...!
Quando
foste atendida,
O
relatório que te acompanhava, foi desmentido
Não
era pulmão...
Era
o sódio, o teu facinoroso perigo!
Por
quê, aquela pulseira amarela?
Aquela
espera, soltou-te a alma
Abriu-se-te
indesejada janela
Mas,
Ainda
lutaste
Ainda
me ouviste
Ainda,
com ténues gestos, me cantaste
Amavas
cantar, lembraste?
Serenavas
quando a neta te acarinhava os cabelos lindos, em vigília
Sempre
foram para ti, as mãos mais doces da família...!
As
tuas palavras, bem perceptíveis
“estou
e não”
Ficam
registadas
Nas minhas
gavetas amadas
...Teus
lábios e teus olhos, reviviam à minha canção do Sebastião
Cantava-la
orgulhosamente a teu neto, na hora da refeição
Ele
partilha-a a teus bisnetos e guarda-a eternamente no coração...
Mãe,
Nesse
hospital tanto lutaste
Houve
momentos que nos brilhaste
Que
nos agitaste tua haste
Mas
não conseguiste...
E,
docemente, a vinte e um partiste...
...MÃE
o transcendente, sempre connosco existe.
2017-06-25
Tua filha MG
Olá Guida,
ResponderEliminarQue lindo poema dedicado à tua querida Mãe!! Cada palavra que escreves é tão sentida e escrita com tanto carinho...!!
Adorei passar por aqui.
Um grande beijinho.
patricia