Caminhadas

Urbe… metropolitano…velocidade…confusão…progresso

Em labuta, sempre a correr

Sem pra trás, olhar volver                      

Porque,

Em frente, se encontra o porvir

Nunca há tempo para reflectir...

Confusões e repetidas viagens

De coragem

Assentos demasiado cheios

 Desde a primeira estação

Todos que entram, a seguir

É certo que, de pé vão…

À mais pequena travagem

Perdemos equilibragem

Sem querer, empurra-se quem vai

Mas não se ouve”um desculpai”

…E esta gente aonde vai?

Vão na corrida da vida

A calma aqui está perdida

Em troca da civilização

Tantos e aonde vão?

 Quem são? Com tamanha sofreguidão!?

 Aldeia… carroça…calma…esteira de mestres

Avançam cada dia, devagar

Pára-se e devolve-se o olhar

Aqui, o tempo tem outra doçura                                   

Goza-se, com muita ternura

                                                            

Não cheira a fumos, travões

Nem sonham com empurrões

A natureza dá o seu préstimo

Partilha-se o animal doméstico…

Vem o cheiro da mãe terra

Na aragem da envolta serra

Vivem da seiva do solo

Que lhes salta em cada poro

Não anseiam mordomias

Nem temem as noites frias

Calor do sol e fogueiras

Satisfazem tempos, eiras

O esmero lhes traz o pão

Liberdade e corpo são

Todos os seres se desfazem

As lendas…

Essas ficam, inapagáveis

Perpetuam-se como a vida

Numa fé, alma exornativa

É o mistério deste Universo

Com milénios de sucesso…

A Liberalidade desta gente crida

 Agradece cada dia, toda esta guarida!

Etimologicamente…

Tudo é sincero e permanente…

                              

 Em desiguais caminhadas…

 Aonde vamos e onde paramos?

Afoito-me a perguntar:

Com a agitação deste mundo, deste andar…

Em qual caminhada devo eu embarcar?

                                         05/12/10

margui